9 de agosto de 2009

Animais leguminosos – III



Parece impossível. Como o tempo passa e o cão se passeia. Num mundo onde nunca há tempo para ter tempo, onde nunca há tempo para viver o tempo.



Tudo passa rapidamente, em ele se aperceber. Enquanto se passeia, gasta energia, energia essa que podia ser gasta noutras actividades. Para recompensar essa energia, tem comida, ali ao lado, para quando precisar de recuperar forças, e continuar a gastar o seu tempo. É sempre assim: gasta o seu tempo, consequentemente, gasta a sua energia, e, ao gastar energia, sente necessidade de se alimentar novamente.

No entanto, aquele cão não é um cão. Acredita nisso? É verdade, aquele cão não é um cão. Tudo é figurativo. E nem só nesta foto onde vemos um cão em vez de uma banana. Pelo menos, eu poderia ver um cão, e vejo realmente um cão, mas sei que não é um cão.

Outro exemplo é quando vamos ao cinema, estamos a chorar com aquela actriz que perdeu a mãe na história, e agora está sozinha. Sozinha, sem ninguém, sem o seu amor. Também o perdeu. E nós choramos com ela. No entanto, nós também sabemos que na realidade ela não tem vontade de chorar, que é rica, tem tudo o que quer e é famosa. Mas choramos.

Esta é uma simples mensagem que quero passar, através de uma tão simples e magnífica imagem como esta: nós poderemos, durante toda a nossa vida, olhar para a nossa sombra, ver aquilo que é certo, que é errado, o que é ficção e o que é realidade; todavia, nunca nos podemos esquecer que tudo isso pode ser aquilo que vemos, não aquilo que é realmente, ainda que saibamos toda a verdade.

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